Não queria passar pelo mesmo perrengue dos outros ônibus, como falta de banheiro, poucas paradas e banco pouco confortável. Fui então direto para viação Pluma e comprei uma passagem para as 10 horas. Bom um empresa brasileira me deixava mais tranqüilo, porém tinha o problema das balas de coca. Havia perguntado para meu amigo do hotel (recepcionista) se a fronteira era muito rigorosa. No passo que ele respondeu que as vezes pegavam muitos brasileiros e qualquer coisinha era motivo para averiguação durante algumas horas e problemas com a policia. Na noite passada me livrei de algumas balinhas. E ao chegar na plataforma de embarque enquanto colocava minha mochila – desta vez devidamente etiquetada pela empresa – perguntei ao motorista como era a fronteira do paraguai com relação aos brasileiros e se recentemente alguma novidade, etc? O motorista virou para mim e disse: ”Cara você é brasileiro? Eu sou do paraná.”. Pronto eu já estava quase em casa. Batemos um papo e ele me disse a mesma coisa que o cara do hotel, e que as vezes os brasileiros passavam por uma revista dos pés a cabeça. Bom por via das dúvidas me livrei das outras balas. O ônibus partiu no horário. Tinha televisão onde vi além de uns filmes o especial dos Trapalhões – quer coisa mais brasileira? Recomendo que experimentem a chipa – tipo um pão de queijo maior - paraguaia que bem diferente da do mato grosso e das que servem aqui em São Paulo em algumas padarias. Elas podem ser compradas em qualquer padaria ou como eu foram vendidas dentro do ônibus para São Paulo. Paramos para almoçar por kilo e finalmente consegui tomar uma guaraná Antártica. Já me sentia no Brasil. A por volta das 5 da tarde chegamos a Ciudad del Leste e descemos do ônibus para passar pela a migração antes da Ponte da Amizade. Tudo ok e ao chegarmos no lado brasileiro, para fechar com chave de ouro, o motorista fala para todos: “Atenção só descem do ônibus os estrangeiros, hoje os brasileiros não precisam passar pela migração”, depois olha para mim e faz sinal de ombros. Eu não sabia se ficava feliz por chegar ou triste por ter me livrado das balas de coca. Alguns minutos mais estávamos na garagem da Pluma com um tempo livre enquanto eles limpavam o banheiro e o ônibus – maravilha estar no Brasil menos de 10 horas de viagem e eles limparam tudo. Aproveitei ,juntamente com outros passageiros, o tempo livre e fui a um shopping próximo cambiar minhas moedas e notas de outros países. Tentei inutilmente trocar os malditos U$ 5,00, mas a resposta foi a mesma, juntamente com uma recomendação de trocar na casa de câmbio que eu havia adquirido. Voltei para o ônibus e cinco minutos depois estávamos na rodoviária de Foz do Iguaçu. Ali vários sacoleiros embarcaram com seus produtos, o que acarreta demora por conta da pesagem e distribuição de bagagem por passageiro e eventuais “laranjas” (pessoas contratadas para irem até o destino do ônibus somente para dividir o limite de peso de bagagem por passageiro). Partimos e por volta das 20 horas estava jantando em Cascavel. De manhã mais uma parada em Bofete já em São Paulo e finalmente depois de 5 dias, 80 horas dentro de ônibus diversos, quatro países, várias chuvas, enchente, pedidos de propina, comendo em lugares muito suspeitos, xingar companhias de ônibus, me defrontar com pessoas mal-educadas, educadas e vendedores de bába de caramujo, passar frio e calor intensos, cheguei a rodoviária do Tiête por volta das 9 da manhã. Lá, não demorou muito e reencontrei minha querida esposa, amiga e “assessora” no Brasil, Leticia, juntamente com a Marlene (sua mãe) que também deu uma força quando eu estava lá fora.
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